Optamos em usar como base o conceito de Wanderlei Passarela que diz que: “Governança Corporativa é a preparação para a compreensão profunda das grandes questões (aquelas muito importantes, mas não tão urgentes) de uma empresa e a tomada de decisões sobre estas, bem como sobre seu controle, por meio de instâncias distribuídas e adequadas. Equilibra poderes e foca em ações prospectivas e prescritivas. Desta forma, cria valor e mira na perenização adaptativa do negócio.”
O modelo padrão de estrutura de Governança Corporativa busca apartar as dimensões de Gestão e Governança com um eixo central, que assume o papel de espinha dorsal do negócio, e com o Diretor-Presidente como ponto de intersecção entre as duas dimensões pelos pilares:
As referências na formação de Conselheiros profissionais e na promoção da Governança Corporativa no ambiente de negócios como IBGC, Fundação Dom Cabral e Celint destacam como benefícios:
Como destacado pela Celint, uma empresa é um composto de dois elementos: a Cultura e seus Sistemas.
As Boas Práticas de Gestão estão representadas pela Estratégia, Liderança e Saúde da Empresa. A integralidade desse conjunto busca garantir ao ambiente de negócios uma assistência que transcenda a prática empreendedora, contemplando a empresa em todos os níveis de atenção e considerando os stakeholders inseridos em um contexto amplo: social, ambiental, familiar, político e cultural.
O Conselho é formado por um grupo de profissionais independentes, com experiência e conhecimento reconhecidos e diversos, e que estão genuinamente interessados no sucesso da organização.
O seu papel é ser fomentador e controlador do processo estratégico, um dos mais impactantes para a transformação construtiva da empresa. Portanto, é um grupo dedicado a pensar nos temas importantes e não urgentes, que visam garantir o sucesso do negócio de forma consistente e sustentável em todas as suas dimensões.
O Conselho Profissional tem a função de governar a empresa, e não as pessoas, por meio de estabelecimento de sistemas e rotinas de informação, que permitam avaliar fidedignamente o seu desempenho em diversas dimensões.
Boas Práticas de Governança Corporativa devem prever formas ágeis e eficazes de resolução de controvérsias e divergências entre sócios e administradores e entre estes e a própria organização, para evitar prejuízos ao desempenho ou redução do valor da organização. Os Conselhos são órgãos colegiados de governança e podem ser de dois tipos: Consultivo ou Deliberativo/Administrativo.
A organização dos assuntos, agendas e pautas a serem tratados para uma boa prática de Governança Corporativa exige rituais de convivência, rotinas documentais e metodologias de comunicação.
Esta atribuição que um Conselheiro Consultivo desempenha inclui o papel de mediador, para que as informações fluam de forma organizada entre os agentes de governança, favorecendo a visão estratégica, além de contribuir para a geração de valor e mitigação dos riscos da organização.
São exemplos de atividades de secretaria a elaboração de atas, convites e convocações, além de zelo pelo arquivamento e os níveis de sigilo de documentos.
Há dois tipos de secretaria usualmente nos ambientes de negócios:
A atribuição de um Conselheiro Consultivo no mercado exige experiência e vivência em secretariado, tanto da diretoria, quanto executiva.
O tema ESG, sigla em inglês para environmental, social and governance, é traduzido para o português como ASG: ambiental, social e governança.
Essa temática, cada vez mais direcionadora para tomadas de decisões e definições em estratégias de mercado, está atingindo empresas de diversos portes, pois os fundos de investimentos serão testados pelos investidores em relação a seu retorno ajustado ao risco e quanto à qualidade da integração da ESG realizada.
A prateleira das Boas práticas ESG deve ganhar em diversificação em abordagens, passando a incorporar com mais força a lente do impacto positivo, bem como em classe de ativos, como private equity, infraestrutura, imobiliário e crédito estruturado, puxando as novas ofertas.
Faz quase 30 anos que a sustentabilidade ambiental passou a fazer parte da agenda das empresas, e vem ganhando força e relevância nos planos de negócio, independentemente do porte ou setor de atuação da empresa, apesar de ainda estarem muito distantes da realidade das PME familiares brasileiras.
Mais do que projetos isolados, o desafio atual consiste em incorporar ao plano do negócio políticas aderentes à preservação ambiental.
O cuidado com o meio ambiente, que já tem impacto no valor das empresas, aparece como diferencial para seleção de marcas entre as gerações mais jovens, que além de preocupação com o futuro do planeta, assumem o papel de protagonista, e adotam atitudes radicais, como por exemplo, evitar o plástico no seu consumo diário. Esse exemplo, dentre outros, exige das empresas uma revisão de seu portfólio de produtos e da cadeia produtiva, em busca de um posicionamento alinhado à tendência de preocupação com o meio ambiente, respeitando o equilíbrio da sua cadeia de valor.
Outra característica é a valorização social com práticas humanizadas e em compliance com as legislações trabalhistas, de proteção de dados e regulatórias em que o negócio esteja inserido. Os aspectos intangíveis de uma marca na sociedade e sua reputação já faz parte do processo de valuation ao mercado.
Os Conselheiros devem pautar o tema ESG nas agendas das empresas para uma Governança Corporativa Integral.
por GLADES CHUERY
O cenário empresarial contemporâneo está passando por uma transformação significativa, onde as preocupações com a sustentabilidade e a responsabilidade corporativa
estão sendo integradas de forma mais ampla nas operações e estratégias das organizações.
Nesse contexto, o conceito de ESG – Ambiental, Social e Governança – tem ganhado destaque como um conjunto de diretrizes que norteiam a atuação empresarial responsável.
No entanto, ao explorar o “G” do ESG, que se refere à Governança Corporativa, é notável que a Inteligência Artificial (IA) ainda apresenta desafios e dúvidas sobre como pode ser
efetivamente aplicada para aprimorar as estruturas de governança. Este artigo busca analisar de forma ampliada o potencial transformador da IA na governança corporativa.
EVOLUÇÃO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA
A governança corporativa envolve as práticas e estruturas que guiam o comportamento das organizações, garantindo que elas atuem de maneira ética, transparente e em conformidade com regulamentações. Historicamente, a governança corporativa tem sido moldada por regulamentos e diretrizes estabelecidas por órgãos governamentais e entidades regulatórias. No entanto, a rápida evolução tecnológica, incluindo o avanço da Inteligência Artificial, está apresentando novas oportunidades para aprimorar essas estruturas.
“Quando aplicada à governança corporativa, a IA tem o potencial de oferecer insights valiosos, automatizar processos e melhorar a tomada de decisões estratégicas.”
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA GOVERNANÇA
A Inteligência Artificial é uma tecnologia que envolve a capacidade das máquinas de aprender, raciocinar e tomar decisões com base em dados. Quando aplicada à governança corporativa, a IA tem o potencial de oferecer insights valiosos, automatizar processos e melhorar a tomada de decisões estratégicas. Algumas áreas em que a IA pode impactar positivamente a governança corporativa incluem:
• Análise de Dados: A IA pode processar grandes volumes de dados de forma rápida e eficiente, permitindo que as empresas identifiquem padrões, tendências e riscos de maneira mais precisa. Isso pode auxiliar na identificação de áreas que requerem atenção especial e na formulação de estratégias mais informadas.
• Prevenção de Fraudes: Algoritmos de IA podem ser treinados para identificar padrões suspeitos nos dados financeiros e operacionais, contribuindo para a detecção precoce de atividades fraudulentas e ações que possam prejudicar a empresa.
• Tomada de Decisões Estratégicas: A IA pode fornecer análises baseadas em dados para apoiar a tomada de decisões em níveis estratégicos, minimizando o viés humano e considerando uma gama mais ampla de informações.
• Monitoramento de Conformidade: A IA pode ajudar as organizações a monitorar o cumprimento de regulamentações e políticas internas, identificando desvios e garantindo a conformidade contínua.
• Engajamento dos Acionistas: Plataformas de IA podem facilitar a comunicação e o engajamento entre os acionistas e a administração da empresa, garantindo maior transparência e participação.
Adicionalmente, e sendo bem honesta, a IA pode apoiar inclusive em investimento ético, analisando grandes volumes de dados financeiros e não financeiros para avaliar o desempenho ESG de empresas. Isso pode fornecer aos investidores informações valiosas para tomada de decisões informadas alinhadas com seus objetivos de sustentabilidade.
Algoritmos de aprendizado de máquina podem detectar anomalias e padrões em transações financeiras, ajudando a identificar possíveis fraudes, lavagem de dinheiro ou práticas antiéticas. O que é mais incrível é que isso pode fortalecer a conformidade regulatória e a governança corporativa.
“Sendo bem honesta, a IA pode apoiar inclusive em investimento ético, analisando grandes volumes de dados financeiros e não financeiros para avaliar o desempenho ESG de empresas. Isso pode fornecer aos investidores informações valiosas para tomada de decisões informadas alinhadas com seus objetivos de sustentabilidade.”
DESAFIOS E CONSIDERAÇÕES
Apesar das oportunidades apresentadas, a aplicação da IA na governança corporativa também enfrenta desafios significativos. Questões relacionadas à ética, privacidade e a compreensão das decisões tomadas pela IA são preocupações que precisam ser cuidadosamente abordadas.
Além disso, a implementação bem-sucedida da IA requer a colaboração de especialistas em tecnologia e profissionais da área financeira e jurídica.
A Inteligência Artificial tem o potencial de desempenhar um papel transformador na governança corporativa, elevando os padrões de transparência, responsabilidade e eficiência. Ao integrar a IA nas práticas de governança, as empresas podem tomar decisões mais embasadas, identificar riscos com maior precisão e fortalecer a confiança dos acionistas e partes interessadas.
No entanto, é essencial abordar os desafios éticos e técnicos para garantir que a implementação da IA seja feita de maneira responsável e benéfica para todos os envolvidos. A interseção entre a IA e a governança corporativa está apenas começando a ser explorada, e seu potencial impacto positivo promete moldar o futuro do mundo empresarial de maneira significativa.
Fonte: Revista RI Relações com Investidores Nr. 275 de Outubro/23
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Nosso foco é ajudar as PMEs a se desenvolverem no mercado de forma organizada através da Governança Corporativa aplicada por Conselheiros Consultivos Certificados Associados.
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