A governança corporativa e a cadeira, um mero detalhe

Assim que iniciei o aprendizado sobre Governança Corporativa, a cadeira se tornou uma palavra frequente em falas, corpo de e-mails, textos para publicar e apresentações.

Até há alguns dias, pouco a notava como realmente deveria ser referenciada.

Teclei a palavra no campo de busca do dicionário Michaelis online e obtive dez significados e vinte e duas expressões.

A pluralidade da nossa língua portuguesa e nossa cultura possibilita essa viagem. Por sinal, uma atividade prazerosa que já listei como grande desejo, assim que passar mais um pouco dessa pandemia, será revisitar o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo. Na verdade, visitar, pois as informações que recebi é que sua reconstrução, após sua total destruição pelo incêndio, trouxe novos conceitos e detalhes. Ah, que luxo morar em um país e estado com essa riqueza cultural à nossa disposição.

Mas, deixo a digressão de lado e volto ao assunto que me provoquei a escrever: ca-de-i-ra.

Eis o primeiro significado: “substantivo feminino, peça de madeira, metal ou plástico, que constitui utensílio de mobília e que consiste em um assento para uma pessoa, comumente portátil, com quatro pernas e espaldar com ou sem braços”.

Um objeto inanimado com muitas versões e estéticas, mas uma única finalidade: assentar-se.

E lendo os próximos três significados, eis o que retratam o que usamos em nosso repertório da Governança Corporativa: o lugar ou assento onde normalmente se instala uma pessoa de importância ou autoridade, a posição ou lugar de honra de uma autoridade em um grupo organizado ou de membro de uma corporação e o cargo ou função de autoridade.

Recentemente, em uma edição do evento ABC³ Conecta, Hugo Bethlem, profissional de mais de 35 anos de carreira de alto impacto no ambiente de negócios e atual entusiasta do Instituto Capitalismo Consciente, que ajudou a fundar, descreveu a cadeira como um dos pilares para uma nova prática empresarial.

Em sua fala, serena e repleta de profundidade pela experiência, explicou que não é a cadeira que devemos focar e sim toda a tábula! Isto é, a mesa e a todos que nela assentam, mas também os que a servem, a arrumam, a entalham, os que cortam a madeira para seu feitio, os que a transportam, o pintor ou fotógrafo que a retratam e a quem mais ela significar algo em toda a sua existência.

Ah, que bom ouvir que devemos sair do pensamento binário shareholders – os acionistas versus os stakeholders – os clientes, a quem devemos tratar como reis.

Aliás, o trono das majestades são assentos…outro tipo de cadeira.

A governança corporativa e…a cadeira! Um mero detalhe

O conceito atual e futuro é dizer que os shareholders são um dos stakeholders, e todos, em sua significância e posição, merecem ser tratados com equidade. 

E equidade tratando as pessoas de formas diferentes, levando em consideração o que elas precisam e não com igualdade ao buscar incansavelmente tratar todos da mesma forma, independentemente da sua necessidade.

Por fim, disse que sua dica é tratar todos como clientes! Então, o Board teria apenas uma cadeira…

Que delícia estar presente em um evento com essa reflexão dinâmica sobre os aspectos social e humanizado para os negócios.

Não vejo a hora de outro ABC³ Conecta para me inscrever e participar.

Estarei na minha cadeira cativa de aprendiz.

Acesse o site www.abc3.org.br e siga as novidades nas redes sociais.

conselheiro consultivo

Autora:

Adriana Abud é Médica, Ouvidora e Conselheira Consultiva Certificada ConCertif®N1. Diretora, Board Member e fundadora da ABC³ – Associação Brasileira de Conselheiros Consultivos Certificados. Atua como Consultora de Negócios da Cadeia de Alimentos pelo APP Ouvidoria Alimentar®. Expert em ESG e Cultura de Segurança dos Alimentos, sendo reconhecida como voluntária destaque do Dia Mundial da Segurança dos Alimentos pela FAO/OMS/ONU.