Tenho avaliado nos últimos artigos a importância cada vez maior das empresas, independente do seu porte ou ramo de atuação, terem boas práticas de Governança Corporativa.

E hoje já é possível concluir que tais práticas serão um dos legados da crise, para as pequenas e médias empresas. Mas cabe aqui uma pergunta… “Estas boas práticas de Governança garantem bons resultados do negócio?’ Minha resposta… “Sim” e “Não”.

Sim porque, como já comentado anteriormente, ela é a base para o crescimento e sustentabilidade das empresas, garantindo condições de competitividade em mercados cada vez mais hostis.

E não porque ela não é suficiente para garantir tais condições, sem um outro fator extremamente relevante – liderança efetiva.

Meu objetivo com este artigo é refletir acerca do papel e escopo de atuação dessa liderança efetiva nas empresas.

Enquanto a governança pode ser traduzida como “sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre (…) partes interessadas”, a liderança efetiva responde por elementos relacionados à inspiração e intuição, próprios do lado humano de grandes líderes, que podem e devem aparecer em dois níveis distintos e complementares da organização – o estratégico e o tático/operacional.

A liderança estratégica de Governança Corporativa fica sob a responsabilidade do Conselho Diretor, seja ele Consultivo ou Deliberativo.

Nessa dimensão, a presidência do Conselho exerce papel fundamental, como agente responsável pela montagem de um time capaz de definir e monitorar o direcionamento estratégico da empresa. Times com perfis e competências distintas e complementares são ideais e a gestão deve priorizar o balanceamento dos diferentes pontos de vista, em busca da melhor decisão para o negócio.

Não menos importante, a liderança tático/operacional fica a cargo do Diretor Geral ou CEO, a depender do porte da empresa. A liderança nessa dimensão segue com a responsabilidade de montagem de um time, sendo nesse caso, capaz de elaborar e executar o plano de negócios, para entrega de resultados.

Times com perfis especialistas, priorizando as competências relevantes para o ciclo estratégico do negócio são mais indicados e a gestão deve considerar um ambiente favorável ao desenvolvimento de talentos e à busca de alta performance.

Em ambos os casos, competências relacionadas a visão de negócio e gestão estratégica de pessoas são fundamentais, além de uma boa dose de comunicação e relacionamento interpessoal, que facilitem o fluxo de informações entre a estratégia e a operação, priorizando os interesses do negócio.

Em resumo, boas práticas de Governança devem coexistir em ambientes com lideranças efetivas e bons líderes devem priorizar o desenvolvimento de bons modelos de governança. Esses dois fatores somados garantem as condições básicas para que uma empresa apresente bons resultados e seja competitiva e perene.

Autora: Luciene Dias