O desafio dos primeiros passos para implantação de Conselho Consultivo em empresas de capital fechado, em sua maioria de gestão familiar, foi o tema da segunda sessão de Mentoria, realizada na última semana, através do Programa proposto e coordenado pela ABC³ – Associação Brasileira de Conselheiros Consultivos Certificados.
A maioria dos Conselheiros Consultivos concorda ser esta uma questão relevante, para nossa atuação diante do propósito de tornar a Governança acessível a qualquer empresa.
Nossa reflexão iniciou relembrando um conceito compartilhado no Concertif Nivel 1, relativo aos diferentes tipos de Governança para os diferentes tipos de empresa.
Nesse esquema, fica evidente o limite tênue entre Governança e Gestão nas pequenas e médias empresas, que por vezes na prática também encontramos nas grandes empresas de capital fechado, onde um dos focos da Governança denominada “Construtivista” é suprimir lacunas de gestão.
Mas já entendendo que a Governança em empresas de capital fechado, perpassa temas de gestão, a pergunta que fica é… por onde começar a implantação do Conselho neste tipo de empresa?
O diagnóstico inicial do estágio de Governança da empresa é etapa fundamental para definição dos primeiros passos rumo a implantação do Conselho, como parte do projeto de Governança.
Além de auxiliar na definição de proposta de prioridades, o diagnóstico permite alinhar expectativas com relação ao escopo da Governança, mapear status da dinâmica da empresa familiar– família, propriedade e empresa, e aprofundar conhecimento sobre o setor, o cenário competitivo e a empresa, no que tange às dimensões da Governança Integral – estratégia, liderança e saúde da empresa.
A partir do diagnóstico podem surgir dois tipos de demandas:
- demandas típicas de projetos de Gestão – relativas a área específica do negócio e com foco no curto e médio prazos, típicos de Consultoria e/ou Assessoria;
- demandas típicas de projetos Governança – ligadas à estratégia do negócio e com foco no médio e longo prazos, típicos de Conselheiros Consultivos.
Quando a demanda é por projetos de Gestão, cabe ao Conselheiro, como profissional de Governança o encaminhamento a Consultores experts no tema. Caso entenda que tem expetise para atender a demanda, importante deixar claro que sua atuação no projeto será como Consultor e não como Conselheiro. Misturar os dois papéis não costuma ser benéfico à imagem do Conselheiro.
Quanto aos projetos de Governança, ainda podem ser segmentados em 4 níveis, conforme a seguir, onde os dois primeiros níveis costumam ter escopo importante relativo a suprimir lacunas de gestão.
Nível 1 – Implantação de Conselho Consultivo
Nível 2 – Cadeira 1º Conselheiro Consultivo Independente
Nível 3 – Cadeira 2º ou maior Conselheiro Consultivo Independente
Nível 4 – Cadeira de Presidente de Conselho
Uma boa jornada ao Conselho deve considerar a definição clara de pré-requisitos e de objetivos para o primeiro ciclo anual do Conselho Consultivo, a partir do entendimento em profundidade quanto – (1) ao estágio das dimensões da Governança Integral – estratégia, liderança e saúde da empresa, e (2) quanto à dinâmica da empresa familiar em todas as suas dimensões – família, empresa e patrimônio.
O Regimento Interno e a Agenda Anual do Conselho são peças adicionais que garantem melhor alinhamento e conciliação entre as partes na Jornada ao Conselho.
Quadro resumo dos passos iniciais:
1 – Diagnóstico
2 – Alinhar visão dos sócios, família e negócio
3 – Definir objetivos e projetos
4 – Criar plano de trabalho que alavanque principais GAPs
5 – Preparar a empresa para implantação do Conselho
Pensar GC de forma sistêmica
Esperamos contribuir com a reflexão sobre o tema, e convidamos você a participar, enviando seus comentários.
Bibliografia recomendada:
https://triever.com.br/governanca-por-onde-comecar/
https://triever.com.br/modelo-inovador-a-servico-da-governanca/
Autoras:
Artigo produzido através do Programa de Mentoria da ABC³ por Fatima Merlin Membro e Conselheira Consultiva na ABC³ – Associação Brasileira de Conselheiros Consultivos Certificados e CEO da Connect Shopper e por Luciene Dias Membro e Presidente do Conselho Consultivo na ABC³– Associação Brasileira de Conselheiros Consultivos Certificados e sócia da Triever
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