Uma empresa familiar é caracterizada por um negócio gerenciado por uma família. Seja de pequeno, médio ou grande porte, o que a distingue é a união entre as relações familiares e um patrimônio, além da gestão no dia a dia, que existe desde a fundação, passando pela distribuição de cargos e engloba até a sucessão.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 90% das empresas no Brasil possuem perfil familiar. Lamentavelmente, segundo o Sebrae,70% das empresas não resistem à segunda geração.
Um dos fatores significativos para o revés da continuidade de empresas familiares está ligado à falta de um planejamento adequado de preparação para a sucessão. Como apontado pela Pesquisa PwC, 44% das empresas familiares de todo o mundo não têm um plano de sucessão definido.
Nesse sentido, uma empresa familiar só tem a ganhar com a implantação ou aprimoramento da governança corporativa, que reúne um conjunto de processos, normativas, estruturas e práticas para otimizar o valor da empresa e assegurar sua longevidade, alinhada às necessidades de seus proprietários, colaboradores e da sociedade em geral.
O objetivo da governança corporativa é promover mais profissionalismo e robustez à sociedade empresarial, apoiando-se nos pilares de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Desta forma, os familiares – cotistas e sucessores patrimoniais – estarão melhor preparados e equipados para tomar decisões estratégicas orientadas à perenidade do negócio. No cerne da governança das empresas familiares está o conselho consultivo, órgão composto por profissionais especializados dedicados às boas práticas de governo e de gestão.
Continue a leitura para conhecer mais o que é um conselho consultivo e como ele pode contribuir com a sustentabilidade da empresa familiar.
A família empresária e o conselho consultivo
O conselho consultivo é um órgão colegiado, que tem por objetivo debater os temas mais importantes e estratégicos do negócio, auxiliando os sócios/acionistas na tomada das decisões que terão maior impacto na criação de valor e na perpetuação da empresa.
Ou seja, o conselho consultivo apoia a construção de bases sólidas para os decisores agirem com fundamentação técnica, mesmo não sendo deliberativo, mas sim, orientativo. Agrega desta forma valor ao negócio.
É importante ressaltar que a função do conselho consultivo também não se confunde com a do corpo executivo da empresa. O conselho executivo não deve se envolver com a gestão operacional do negócio, com rotinas do dia a dia da companhia.
Neste sentido, já a partir da sua implementação, o conselho consultivo pode atuar de modo a:
- resgatar ou reforçar a missão e valores da empresa
- alinhar a estratégia aos valores e missão
- prover visão de longo prazo do negócio
- Construir e fortalecer a qualidade dos relatórios gerenciais
- Monitorar a condução da estratégia do negócio
- Sugerir ou aprimorar mecanismos de gestão de riscos, ética e de transações entre partes relacionadas
- facilitar a comunicação entre os sócios e
Em outras palavras, o conselho consultivo visa profissionalizar a empresa familiar.
O papel do conselho consultivo na Empresa Familiar
De modo geral, o conselho consultivo apoia a gestão da empresa familiar por meio de recomendações sobre a sustentabilidade do negócio, como o posicionamento estratégico, monitoramento e a saúde financeira.
Por outro lado, precisamos reconhecer que fatores emocionais e relacionais estão envolvidos no gerenciamento de um negócio permeado por laços familiares. Portanto, o conselho consultivo tem um desafio diferenciado na empresa familiar que é reconhecer estas particularidades atuar sempre como um dispositivo de redução de tensões, mediação e busca de entendimento. qualificação para sucessão do(s) herdeiro(s);
- critérios para escolha de familiares em cargos de liderança, gestão ou direção;
- estabelecer processos para resolução de conflitos de interesses
Quais benefícios o conselho consultivo traz para a empresa familiar
Como dissemos acima, o conselho consultivo tem o papel de apoiar sócios e acionistas na tomada de decisões. Deste modo, uma empresa familiar mantém sua essência, mas agora elevando o nível de gestão da empresa.
Mas por que contar com um conselho consultivo e não uma consultoria empresarial, por exemplo?
Além disso, uma vez implantado, o conselho consultivo tem duração indeterminada (embora os mandatos dos conselheiros tenham prazos determinados). Assim, através de reuniões periódicas, os conselheiros poderão monitorar os indicadores, analisar resultados, realizar auditorias e emitir recomendações.
Ou seja, o conselho consultivo vai além do gerenciamento empresarial, deliberando também sobre:
- gestão de riscos;
- planejamento estratégico;
- planejamento orçamentário;
- tendências em fusões e aquisições;
- inovação e transformação digital, entre outros.
Assim, o conselho consultivo tem potencial de:
- aprimorar a maturidade da organização
- aumentar o valor da empresa e
- orientar ações para a perenidade do negócio.
Quando contratar o conselho consultivo para sua empresa familiar
Na prática, quanto antes o conselho consultivo for implementado, melhor serão os resultados para a empresa e mais tranquilidade para o(s) fundador(es) sobre a perenidade da empresa que criou. É muito comum que as empresas familiares tomem a decisão de estruturar um conselho consultivo em momentos de crise, quando poderá ser tarde demais, comprometendo o seu futuro.
No entanto, é importante considerar alguns critérios básicos antes de optar pela estruturação do conselho consultivo. É necessário que exista um alinhamento entre fundadores e sócios em relação à clareza sobre objetivos estratégicos e à abertura dos sócios/familiares para as transformações que a governança corporativa pode trazer para o negócio. Um diagnóstico em Governança Corporativa ajudará os sócios a identificarem seus gaps.
Como escolher os conselheiros da empresa familiar
Para que qualquer conselho consultivo funcione bem é preciso que atenda a critérios que vão desde o conhecimento técnico, seu perfil profissional e background de experiências para que este Conselho possa aportar o conhecimento faltante identificado no diagnóstico.
Busque por conhecimento
O conselho deve ser formado por especialistas em suas áreas de atuação, que podem reunir profissionais em administração, vendas, jurídico, marketing, além de certificação como conselheiros profissionais. Estes possuem certificação em governança corporativa e podem promover a manutenção das boas práticas de governança, enquanto contribuem na elaboração de recomendações diversas com os demais conselheiros.
Escolha profissionais independentes
Um dos pilares básicos da governança é sua independência. Isso é necessário para que os conselheiros atuem de modo a não favorecer algo ou alguém e, consequentemente, poder criar conflito de interesses com ou entre os sócios. A responsabilidade do Conselheiro deve ser sempre a da perenidade do negócio.
Portanto, busque por profissionais externos à empresa, idealmente certificados, que tenham experiência com liderança e gestão, além de ter postura íntegra e habilidades de negociação e comunicação com características de construção de consensos, pois este é sempre o caminho ideal.
Explore a diversidade
Uma família é conhecida por manter uma unidade, por isso a empresa familiar tem muito a ganhar com um conselho consultivo diverso. Reúna profissionais com diferentes:
- idades;
- gêneros;
- áreas de atuação e
- conhecimentos especializados.
Quanto mais pontos de vista complementares sobre a sua empresa, mais ricas serão as recomendações para a organização.
Quer saber mais sobre o que o conselho consultivo pode fazer por sua empresa?
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