Seja você um diretor que está em busca de crescimento para sua empresa ou um conselheiro enfrentando seus primeiros desafios na cultura de compliance, saber como implantar a governança corporativa contribui com as tomadas de decisões do negócio. 

Você se identifica com alguma das situações mencionadas acima? Caso positivo, este artigo é para você. Para explicar o papel do conselheiro na implementação da governança, entrevistamos Joyce Paiva, conselheira consultiva e membro do grupo idealizador da ABC³. Além disso, listamos fundamentos importantes da governança corporativa que têm apoiado empresas de todos os portes nos seus planejamentos para crescimento e consolidação sustentáveis. Boa leitura! 


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1. O que é e a importância da governança corporativa

2. O papel do conselheiro consultivo na governança corporativa

3. Como implantar uma governança corporativa efetiva

1 – O que é e a importância da governança corporativa 

De modo direto, podemos definir a governança corporativa como o conjunto de práticas, metodologias e conhecimentos que direciona e controla o negócio, visando o alinhamento de interesse dos stakeholders. 

Por meio de processos próprios, a governança corporativa fortalece o negócio na tomada de decisões sobre questões importantes para a organização. É por isso, que independente do porte, segmento e idade, todas as empresas colhem benefícios com a governança corporativa. 

Isso é possível, porque a governança corporativa é baseada em quatro pilares: 

  • Transparência: princípio de clareza e acesso sobre as diretrizes de operação da empresa pelos stakeholders; 
  • Equidade: refere-se ao tratamento justo de sócios, acionistas e demais stakeholders considerando seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas.  
  • Accountability: é o princípio da prestação de contas a partir da atuação diligente dos agentes envolvidos na governança, realizado de modo claro e tempestivo; 
  • Responsabilidade: é a característica que os agentes da governança assumem visando zelar pela viabilidade do negócio no curto, médio e longo prazos. 

Para colocar estes princípios em ação, a governança corporativa conta com os conselhos, que podem ser administrativos ou consultivos, que têm a missão de orientar e fiscalizar as práticas de governança em diferentes âmbitos da organização.  

2 – O papel do conselheiro consultivo na governança corporativa 

Joyce Paiva, conselheira com mais de 20 anos de experiência no mercado, também faz parte do Grupo de Idealizadores da ABC³ e conta qual o papel e a importância do conselheiro consultivo na implantação da governança corporativa.  

“Antes de se iniciar a implementação da governança corporativa, o conselheiro necessita entender o estágio de maturidade da empresa no que tange à gestão e governança corporativa”, introduz Joyce. 

Para realizar esta avaliação, o conselheiro entra em “uma imersão na cultura da empresa e da família, através da realização da análise de documentos de governança existentes na empresa, realização de entrevistas com os membros da liderança e/ou membros da família, pesquisas com clientes e colaboradores, e um estudo de mercado do segmento. 

Essa visão 360º da empresa auxiliará o conselheiro a recomendar um plano de implementação de governança corporativa aderente às necessidades da empresa”, finaliza a conselheira. 

3 – Como implantar uma governança corporativa efetiva 

Como salientou Joyce, o plano de implementação deve estar alinhado às necessidades da empresa. Por isso, ninguém melhor que um conselheiro profissional para avaliar e indicar quais sãos as etapas de implementação na sua empresa.  

Por exemplo, uma empresa familiar buscando criar seu planejamento sucessório tem etapas de implementação diferentes de uma empresa de capital fechado que planeja a internacionalização.  

No entanto, podemos listar algumas atividades que devem ser implementadas, em maior ou menor grau, visando principalmente a mudança de cultura que tenha abertura para os princípios basilares da governança corporativa. 

1. Estabelecer a estrutura hierárquica da empresa 

Um organograma bem estabelecido é essencial para que diretores, sócios, conselheiros, colaboradores e demais stakeholders saibam quais as responsabilidades esperadas de cada um.  

A ideia não é enrijecer a organização do negócio, mas promover a transparência sobre papéis e tomadas de decisões.  

2. Desenvolver a atuação do Conselho  

O conselho, seja administrativo ou consultivo, deve ser composto por conselheiros em número ímpar, podendo variar de 5 a 11 integrantes.  

Seu papel é fundamental para a fiscalização de princípios e valores da governança corporativa. O conselheiro profissional é um grande aliado na criação e desenvolvimento do órgão colegiado, contribuindo para que os princípios da governança sejam sempre considerados nas assembleias consultivas ou deliberativas. 

3. Instituir e atualizar o código de conduta 

Também conhecido como código de ética, o código de conduta é responsável por formalizar princípios e valores adotados pela organização.  

Este documento funciona como um regimento interno que visa apresentar normas e práticas que guiam a organização e devem ser seguida por diretores, colaboradores e conselheiros. 

4. Fortalecer as lideranças internas 

É necessário investir em desenvolvimento profissional e pessoal dos líderes para que as diretrizes de governança corporativa ganhem vida através das ações dos gestores.  

Por meio de treinamentos e reuniões, as lideranças aprendem como tomar melhores decisões em alinhamento com o código de conduta e focadas nos objetivos estratégicos da empresa.  

5. Estimular práticas transparentes 

Promover a transparência na organização deve começar pelas decisões tomadas pela diretoria. O objetivo é fortalecer a confiança na empresa, por parte de sócios e colaboradores.  

Além das obrigações legais exigidas para prestação de conta, isso pode ser feito por meio: 

  • da divulgação de relatórios, comprovando o empenho e a eficiência da empresa;  
  • do compartilhando o planejamento estratégico, aumentando o engajamento dos stakeholders. 

6. Realizar auditorias periódicas 

As auditorias são essenciais para verificar se os princípios da governança estão sendo cumpridos, visando alcançar os objetivos estabelecidos no Código de Conduta e no planejamento estratégico. 

Este processo deve ser realizado periodicamente, com prazo pré-determinado no regimento interno, apresentado os principais pontos que comprovem a eficiência, a sustentabilidade e a responsabilidade social indicadas pela legislação e normativas internas.  

Deste modo, a empresa consegue comprovar mais credibilidade para o mercado e ajustar o que for necessário para alcançar seus objetivos.  

Quer entender mais sobre governança corporativa e os benefícios para sua organização? Entre em contato pelo e-mail secretariaexecutiva@abc3.org.br ou no telefone (11) 94143-4474.  

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